quarta-feira, 13 de julho de 2016

Com ajuda da música, jovem volta a falar após grave problema no cérebro

Estudante de 17 anos descobriu malformação em artéria há um ano.
Moradora de Senhor do Bonfim passou por tratamento de fonoaudiologia.

Jovem passou por seis meses de tratamento de
fisioterapia (Foto: Reprodução/TV São Francisco)

Em abril do ano passado, a estudante Nielly Carneiro, de 17 anos, de Senhor do Bonfim, norte da Bahia, descobriu um problema de saúde grave no cérebro, teve que passar por uma cirurgia,  acabou perdendo a fala e movimentos do lado direito do corpo.

Com auxílio do fisioterapeuta, a jovem passou a cantar durante as sessões do tratamento. A estudante, que já cantava e tocava violão desde os seis anos de idade, conseguiu recuperar a voz através do amor pela música.

"A música para mim é uma calmaria, porque é onde eu encontro um tipo de refúgio para me acalmar, me traz felicidade e tranquilidade", define Nielly.

Ela descobriu uma malformação em uma das artérias do cérebro após passar mal na escola e foi internada às pressas.

"Estava com dor de cabeça muito forte e dormências no lado direito no braço e na boca. E desnorteada, sem noção de nada", relembra a garota.

A avó, Marilene Gonçalves, conta que a jovem ficou internada oito dias em um hospital de Senhor do Bonfim, antes de ser transferida para Salvador, onde ficou 20 dias internada. A solução para o problema de saúde foi uma cirurgia.

"Nessa hora, eu fiquei sem chão. Eu virei para ele [médico] e falei: 'o que o senhor faria se fosse seu filho?'. Ele disse 'ia operar porque se não operar corre o risco de morrer'", recorda a mãe, Rubiane Carneiro.

A estudante fez cirurgia no dia 13 de maio e ficou 14 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Depois do procedimento cirúrgico, ela perdeu a fala e movimentos do lado direito do corpo.

Fonoaudiólogo usou música em sessões para
tratamento (Foto: Reprodução/TV São Francisco)

O fonoaudiólogo Dinelson Lino, responsável pelo tratamento de Nielly, percebeu a afinidade da jovem com a música e resolveu levar o violão para as sessões, para que ela cantasse.

"Lógico que teve tratamento convencional, onde tive que fazer toda reestruturação da musculatura oral e facial dela", conta.

A jovem passou por seis meses de tratamento com o fonoaudiólogo e também voltou a andar após sessões de fisioterapia. 

"Na terceira sessão de fisioterapia, eu percebi que ela tinha o potencial de andar rápido. Ela andou na décima sessão. É um grande exemplo. Não só para quem está passando por um problema neurológico, como para quaquer pessoa e profissional da area de saúde", resume o fisioterapeuta Flavio Henrique Godoy.

A família agora se orgulha da superação da garota, após passar por todas as dificuldades. "É gratificante para a gente. A gente chorava de tristeza e hoje [chora] de felicidade", comemora a avó Marilene.


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